terça-feira, 20 de janeiro de 2009

The heart of the matter

"Na vida só uma coisa é certa além da morte e dos impostos. Não importa o quanto tentamos, não importa se as nossas acções são boas...eventualmente, vamos errar. Vamos magoar alguém. Vamos magoar-nos. E se algum dia quisermos recuperar só há uma coisa que podemos dizer...

...Perdoar e esquecer. É o que se diz. É um bom conselho, mas não é muito prático. Quando alguém nos magoa, nós queremos magoá-lo. Quando alguém erra connosco, nós queremos estar certos. Sem perdão, problemas antigos nunca estão resolvidos, velhas feridas nunca curam e o máximo que podemos esperar é que um dia consigamos esquecer".

Obama toma posse como presidente dos EUA


Barack Obama tomou hoje posse como 44.º Presidente dos Estados Unidos da América. Os americanos têm o seu primeiro Presidente negro.




"America is a friend of each nation and every man, woman, and child who seeks a future of peace and dignity!"

Barack Obama

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Ano novo, vida velha - O síndroma do bom português

O ano começa com mais do mesmo: crise económica. É notícia em todos os órgãos de comunicação social, na mensagem de Ano Novo do Presidente da República. Eu só me pergunto: e novidades? A verdade é que eu já não me lembro de Portugal não estar em crise.
Simon Johnson economista-chefe do FMI diz que “nenhum país escapará ao abrandamento económico” e por isso os portugueses vão diluindo a sua crise na crise dos outros. O economista recusa-se a falar de crise. Nos Estados Unidos não, está claro. Por cá “crise” é a palavra de ordem desde…sempre. A economia portuguesa já estava mal antes do ataque às torres gémeas em Setembro de 2001.
No ano seguinte Portugal conseguiu a medalha de ouro no maior défice orçamental da Europa. Em 2003 Manuela Ferreira Leite, então Ministra das Finanças pede contenção e em 2004, surpreendemente, a crise agrava-se.
Com uma democracia frágil, um Governo que só pensa em Magalhães e em ano de eleições, os portugueses não têm de se assustar. Recessões, crescimentos abaixo dos 2%, endividamentos e défices astronómicos são os pratos preferidos dos portugueses. Nesta mudança de ano até eu podia ter substituído a Maya no programa “Fátima” e ler o tarot para o ano que agora começa. Para todos os signos do zoodíaco: “um 2009 tranquilo, sem surpresas ou alterações significativas na sua boa vida de português. A boa amiga e companheira crise estará sempre do seu lado. Pode contar com a sua cumplicidade e presença, porque os astros nunca o deixam ficar mal”.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

O ofício do Jornalismo


Em 3 curtas entrevistas, o autor relembra a essência, a alma e a paixão do jornalismo.

Os Cínicos não servem para este ofício - Conversas sobre o Bom Jornalismo

Ryszard Kapuscinski

(traduzido do italiano por Sandra Escobar)


O estranho nome do escritor polaco pode não ser fácil de memorizar, mas obras como “O Imperador”, “Ébano”, ou “Império”, fizeram de Ryszard Kapuscinski (n. 1932) um dos principais autores contemporâneos.
Nesta obra, o repórter aborda os problemas que surgiram no jornalismo e no mundo dos meios de comunicação. Em 3 entrevistas onde o escritor e jornalista está do outro lado do microfone, o leitor é levado numa viagem pelo longo percurso profissionsal de Kapuscinski. Além do trajecto do autor, dos requisitos para ser jornalista, somos também contemplados com a sua visão do papel dos jovens no mundo actual e o facto de os jornalistas “envelhecerem rapidamente”.
Apesar de o título parecer altivo, para Kapuscinski a questão é fácil: “a nossa profissão não pode ser perfeitamente exercida por alguém que seja cínico. Há que distinguir o seguinte: uma coisa é sermos cépticos, realistas e prudentes, o que é absolutamente necessário, senão não podíamos fazer jornalismo; outra coisa completamente diferente é sermos cínicos, uma atitude incompatível com a profissão do jornalista”.
O ritmo fluido e a linguagem simples do primeiro capítulo fazem o leitor entrar numa “conversa” interessante com o autor, que se dissipa na segunda entrevista. Apesar da paixão com que Kapuscinski fala das suas histórias em África, o discurso é mais maçudo e pode conduzir à desistência da leitura. Para aqueles que se aventuram ao terceiro capítulo, o esforço é recompensado com “O Conto num dente de alho”. O debate com John Berger, escritor e crítico de arte, propicia uma discussão entre os diferentes tipos de escrita dos dois autores.
Para jornalistas, estudantes e apaixonados da área uma obra imprescindível.