quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Ano novo, vida velha - O síndroma do bom português

O ano começa com mais do mesmo: crise económica. É notícia em todos os órgãos de comunicação social, na mensagem de Ano Novo do Presidente da República. Eu só me pergunto: e novidades? A verdade é que eu já não me lembro de Portugal não estar em crise.
Simon Johnson economista-chefe do FMI diz que “nenhum país escapará ao abrandamento económico” e por isso os portugueses vão diluindo a sua crise na crise dos outros. O economista recusa-se a falar de crise. Nos Estados Unidos não, está claro. Por cá “crise” é a palavra de ordem desde…sempre. A economia portuguesa já estava mal antes do ataque às torres gémeas em Setembro de 2001.
No ano seguinte Portugal conseguiu a medalha de ouro no maior défice orçamental da Europa. Em 2003 Manuela Ferreira Leite, então Ministra das Finanças pede contenção e em 2004, surpreendemente, a crise agrava-se.
Com uma democracia frágil, um Governo que só pensa em Magalhães e em ano de eleições, os portugueses não têm de se assustar. Recessões, crescimentos abaixo dos 2%, endividamentos e défices astronómicos são os pratos preferidos dos portugueses. Nesta mudança de ano até eu podia ter substituído a Maya no programa “Fátima” e ler o tarot para o ano que agora começa. Para todos os signos do zoodíaco: “um 2009 tranquilo, sem surpresas ou alterações significativas na sua boa vida de português. A boa amiga e companheira crise estará sempre do seu lado. Pode contar com a sua cumplicidade e presença, porque os astros nunca o deixam ficar mal”.

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